Todas as pessoas geralmente
gostam de plantas e principalmente das plantas com flores que não
são comuns do dia a dia. Algumas preferem as Cattleyas, outras
Laelias, Dendrobiuns, Phalaenopsis e etc., e o meio mais rápido
de se obter estas plantas, certamente é de compra-las já
com flores formadas.
Chegando em casa, coloca-se o vaso no local que mais nos agrada, ou
o mais vistoso (temos que mostrar aos amigos a nova maravilha !!!)
ou na estufa, juntamente com outras tantas plantas da coleção.
Depois de mais de 1 ano, sempre ansioso e olhando para as plantas,
perguntamos, cadê as novas flores ?
Pois é, neste caso, esquecemos do primordial e mais importante,
sabermos DE ONDE ELAS VIERAM....
Podemos verificar em vários Sites de Orquídeas ou livros
especializados, as famílias de Orquídeas e seu habitat
natural, altitude, temperatura, umidade (clima de montanhas ou chapadas),
isto quando a planta é natural.
Se as plantas são originarias de hibridações
(propagação por meristemas, laboratórios, cruzamentos)
já não teremos tanta preocupação, pois
estas já são mais aclimatadas, isto e', já não
dependem tanto de seu estado natural, levando pouco tempo para se
adaptar ao novo lar. Para relatar um pequeno caso, teve um colecionador
novato no ramo, que todo satisfeito, dizia ter adquirido uma cattleya
da Amazônia, quase divisa com a Colômbia, trazida por
um piloto que andou pela região.
Passados alguns meses, verificou que a planta estava cada vez mais
feia, embora todo o tratamento especial que lhe foi dispensada , não
estava adiantando. Indagou com vários amigos, e calhou de me
conhecer.
Perguntei onde estava a planta e como havia tratado, e para minha
surpresa, esta planta que saiu de um clima úmido, quente e
de floresta, estava pendurada na área de serviço de
seu apartamento, no decimo andar, de frente para o nascer do sol,
sem nenhuma proteção, mesmo de janelas de vidro, para
proteção das ventanias. Ë lógico, disse
eu, jamais esta planta vai se aclimatar com tremenda mudança
de clima e ambiente, pois na floresta, ela tem a proteção
de outras arvores, sombra e umidade, que a vários anos ela
se acostumou, sendo protegida de ventanias e mudanças bruscas
de temperatura.
Depois de muita explicação e conversa, ele ficou entendendo
o inicio de uma coleção de plantas, sem destrui-las
com o gosto próprio.
Verificando as literaturas existentes, verificamos que desde idos
de 1780, vários garimpeiros de orquídeas, vindos da
Europa, levavam centenas de plantas para seus súditos, sem
terem a menor preocupação com o clima e seus habitats,
e quando as plantas lá chegavam, a maior parte era perdida,
pois o tempo de viagem e o clima totalmente desfavorável, faziam
o seu descarte. Só depois de muitos anos, os proprietários
mais dedicados, começaram a construir pequenos cômodos
totalmente envidraçados, (estufas) para tentar fazer lá
dentro o clima mais próximo possível de seu habitat
no Brasil. Surgiram então, os mais dedicados ao estudo das
orquídeas, onde deu inicio ao batismo das plantas, com o nome
de quem as colecionava, e não ao nome original no Brasil, que
alias, ninguém havia se dedicado na época.
Como ponto fundamental, ao adquirirmos uma planta não híbrida,
verificarmos se o ambiente em que ela ficará, corresponde ao
clima e ambiente que a planta esta acostumada, para não ficarmos
anos olhando para uma planta sofrida, e sem vida. |